Neste ano
da fé, o sumo pontífice nos convida a realizarmos um aprofundamento da nossa fé
a partir de um verdadeiro testemunho de vida, de uma nova evangelização, e do
estudo dos conteúdos de nossa fé. No entanto, antes mesmo de tudo isso, é
necessário que ocorra “[...] uma autêntica e renovada conversão ao Senhor,
único Salvador do mundo” (Carta apostólica, Porta
Fidei). Por essa razão, o ano da fé não proclama apenas a necessidade da
busca pelo conhecimento de nossa doutrina e de nossos dogmas, mas fala da
necessidade primeira de buscarmos uma intimidade e um profundo encontro com
Deus.
A palavra em Romanos 2,
18-21 diz o seguinte: “Mas Tu, que és
chamado judeu, e te apóias na lei, e te glorias do teu Deus, tu, que conheces a
sua vontade, e instruído pela lei sabes aquilatar a diferença das coisas; tu,
que te ufanas de ser guia dos cegos, luzeiro dos que estão em trevas, doutor
dos ignorantes, mestre dos simples, porque encontras na lei a regra da ciência
e da verdade; tu, que ensinas aos outros... não te ensinas a ti mesmo“.
Essa passagem refere-se aos judeus que conheciam a lei, ensinavam-na aos outros
e, ainda assim, não a praticavam. Estes homens podem ser chamados hipócritas,
pois eles davam falso testemunho e exaltavam-se ao proferir palavras de
conhecimento sobre a lei que, na verdade, não haviam aprendido, já que ela não
era posta em prática em suas vidas.
Neste momento, mais do que
falar da hipocrisia que existe em nosso meio, o Senhor quer nos chamar atenção
para o fato de que precisamos viver aquilo que pronunciamos e experimentar o
Evangelho que lemos e ouvimos. Pois de nada adianta ensinar aos outros se não
ensinarmos a nós mesmos. Deste ponto parte a ideia da nova evangelização: para
evangelizar outras pessoas, é preciso que nós nos evangelizemos e busquemos uma
nova conversão, é preciso que alimentemos primeiramente a nossa fé a fim de que
possamos testemunhá-la e pregá-la aos nossos familiares, amigos e comunidade.
Meus irmãos, para viver a
renovação de nossa fé e um profundo encontro com o Cristo, não precisamos
buscar novas estratégias ou diferentes formas de rezar, basta apenas
redescobrir a palavra de Deus, pois nela o Senhor nos fala profundamente e nos
leva a ter uma fé renovada pelo poder do Seu Espírito. As Escrituras são mesmo
como a logomarca do ano da fé, que nos mostra um barco no qual o mastro é a
cruz de Cristo e as velas são o próprio Jesus. Deixemo-nos plasmar pela palavra
de Deus, assim como recomenda o papa Bento XVI na carta apostólica “Porta Fidei”, e façamo-nos como esse
barco guiado por Jesus Cristo que nos revela Sua vontade por meio das
Escrituras.