Inicialmente eu quero
perguntar a você quais são os seus anseios, seus desejos, do que você tem sede?
A todo o momento estamos desejando alguma coisa e, quando temos nossos desejos
realizados, passamos a querer uma outra coisa. Afinal, que desejo é esse tão
grande que nunca se completa? É desejo de que? Parece-nos muito óbvia a
resposta dessa pergunta. Já ouvimos falar, inúmeras vezes, que o vazio de nosso
coração só pode ser preenchido por Deus e que a alegria que o mundo nos oferece
é passageira. No entanto, o Senhor quer reafirmar essa verdade para nós. Mas
por quê?
Pense por uns instantes
naquilo que você tem vivenciado durante esses últimos dias, seja um problema,
uma dificuldade, uma provação, uma conquista, ou mesmo nada que acreditemos ter
alguma importância. Como está o seu coração? Agitado, atribulado, inquieto,
impaciente, lotado, movimentado, angustiado? Como está o seu interior diante
daquilo que você tem vivido?
Creio que nenhum dos
possíveis estados que citei traga paz ou tranqüilidade. Mas, diante da agitação
destes tempos, posso afirmar que realmente nossos corações encontram-se
inquietos, uma inquietude sem explicação aparente. De fato, aquele que tenta
viver seus dias e suas lutas diárias sozinho, aquele que procura enfrentar os
desafios que lhe aparecem sem o auxílio da força do alto, vai ser muito
machucado, se sentirá totalmente esgotado ao final de cada dia, de cada
batalha. E a inquietude aqui aparece quando percebemos que nossas tentativas
foram fracassadas, que falhamos por diversas vezes, e que, na pressa de
conseguir alguma coisa, deixamos várias marcas pelo caminho com nossos erros. Marcas
que podem ter sido deixadas na vida daquele que estava ao nosso lado e que
maltratamos, sem que mesmo fosse essa a nossa intenção.
Aqui está a necessidade de
Deus, o precisar e a sede dEle. Se estivermos com o Cristo ao viver cada dia de
nossas vidas, teremos nossos corações revigorados ao final de toda batalha, de
todo problema ou provação. Porque Ele estará conosco para nos auxiliar em nosso
caminho, para que não caiamos nas mesmas ciladas de antes, para que não
tenhamos nossos corações inquietos por termos ferido alguém com nossa vontade
de saciar os falsos desejos, os desejos que tentam encobrir a verdadeira sede,
a sede de Deus.
Agora a questão que se
levanta dentro de nós é: como chegar até Ele? Ficamos tanto tempo afastados,
tanto tempo sem nos colocarmos em Sua presença na oração, como então poderemos
encontrar novamente o caminho que nos leva a Ele? Meus queridos irmãos,
digo-vos agora uma verdade de meu coração, que, por vezes, encontra-se assim,
sem conseguir sentir o amor de Deus. Nesses momentos de inquietude e angústia,
fortaleço-me novamente quando reencontro meu Amor na Eucaristia, na adoração ao
Santíssimo Sacramento, na adoração a Jesus, real e vivo, que está todos os dias
presente e a nossa espera no Sacrário.
Desejo a você que possa se
reencontrar todos os dias com o Cristo e Seu infinito amor.