Contato, encontro e permanência em Deus


O Senhor nos chama, neste momento, a uma reflexão sobre nossa relação com Ele, de forma que possamos pensar as seguintes questões: como você tem se encontrado com Deus? O que permanece desse encontro em sua vida, nas suas ações, pensamentos e experiências cotidianas? Estamos aqui falando de um relacionamento, o qual, como qualquer outro, pode deixar grandes marcas em nossa existência, de modo que o carreguemos conosco em todos os lugares e situações, ou pode ser como um bom encontro que perdura apenas durante os momentos em que se dá o contato físico ou mais intenso entre as pessoas.

Agora vamos lá: como tem sido o seu relacionamento com Deus? Quanto você tem se deixado tocar pelo amor do Senhor na totalidade de sua vida? Agora pense na sua família, no seu trabalho, nos seus estudos, em você com os seus amigos, na rua e na própria Igreja. Pensar essas coisas nesse instante não deve nos levar a um sentimento de culpa ou dívida, mas nos conduzir simplesmente a uma ciência de nossa relação com Deus e o quanto temos investido nela ou permitido que esta cresça em nós e se torne parte importante de nós mesmos.

A palavra que direciona essa reflexão está em Oséias 11. Nela, o Senhor nos fala como um pai que ama os seus filhos imensamente, mas ocorre que estes se afastaram dele no decorrer de suas vidas por acreditarem encontrar em outros lugares e direções aquilo que verdadeiramente desejavam. No entanto, esse mesmo pai não desiste de seus filhos e não deixa de amá-los. Ele recorda dos tempos em que “segurava-os com laços humanos, com laços de amor” (Oséias 11, 4), tomava-lhes nos braços e os ensinava a andar.


Como na relação com nossos pais, por vezes nos desvencilhamos de Deus e de seus cuidados. Passamos então a viver conforme as nossas concepções e ideias sobre o mundo que nos cerca. Tornamo-nos como que independentes de Deus e alheios à sua vontade. Mas eis que o Senhor não se esquece de seus filhos e não deixa de cuidar deles e amá-los.

A partir desse discernimento sobre a palavra percebemos que, em diversos momentos de nossas vidas, acabamos nos afastando de Deus e nos deixando guiar por nossa própria vontade. Tal situação é muito freqüente, pois acontece que, mesmo que se esteja em oração constante e no serviço ao Senhor, pode ser que não haja uma permanência nEle, ou seja, é um relacionamento intenso, um bom encontro, que proporciona belíssimos frutos e graças de amor, mas que nós não permitimos que perdure e que esteja presente em todas as esferas de nossas vidas, marcando-nos inevitavelmente e definitivamente com uma nova forma de viver e de nos relacionarmos com as pessoas que nos cercam.

O amor é decisão, e permanecer em Deus é uma iniciativa, uma atitude e um esforço de amor de nossa parte. Busquemos um relacionamento duradouro com Aquele em que podemos encontrar a eternidade e o amor incondicional. Ele que nos espera e está sempre pronto a nos conduzir nesses vários caminhos que existem no mundo, de modo a nos permitir encontrar a vida e a verdade em cada canto de nossa existência.
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